Primeiro concerto da ‘25 Live Tour’ juntou 27 mil fãs
Delírio tecnológico
"Tecnologia, emoção e muito profissionalismo marcaram a estreia de George Michael em Portugal, num concerto que serviu para o cantor fazer as pazes com o público luso, no sábado à noite, em Coimbra.
“Demorou muito tempo mas, no final desta noite, quando saírem daqui, espero que me tenham perdoado”, disse o britânico, penitenciando-se por nunca ter actuado no nosso país ao longo dos seus 25 anos de carreira.
O pedido de desculpas foi acolhido com uma grande ovação, mas nem era necessário, porque só o espectáculo deixou os 27 mil espectadores presentes no Estádio Cidade de Coimbra deslumbrados e ainda mais fãs do cantor.
O show de efeitos cénicos e tecnológicos começou ainda o ex-vocalista dos Wham não tinha pisado o palco.
Com um atraso de 25 minutos em relação à hora prevista, George Michael entrou em palco às 21h55 por uma porta que se abriu no ecrã vídeo instalado na zona central, ao som de ‘Waiting’. E arrancou para uma actuação de duas horas, com um intervalo de 20 minutos.
De fato preto e óculos escuros, o britânico correu pela enorme passadeira que formava uma ilha em frente ao palco, sentou-se nas canções mais calmas, interagiu com o público e até aproveitou para lançar uma ‘alfinetada’ política... Antes de sair para o intervalo, interpretou o tema ‘Shoot the Dog’ – uma crítica à guerra do Iraque – e fez surgir em palco um enorme boneco insuflável, caricaturando George W. Bush. Aos pés do presidente norte-americano, preso por uma trela, estava um cão com uma bandeira inglesa, simbolizando o primeiro-ministro Tony Blair.
À medida que eram debitadas as canções, surgiam imagens reais ou efeitos especiais no ecrã central de 240 metros quadrados. Havia mais dois ecrãs laterais e outros dois ao fundo do palco, onde era projectada a imagem do cantor.
Os temas mais conhecidos – ‘Careless Whisper’ e ‘Fredoom’ – foram guardados para o encore e puseram toda a plateia a cantar e a agitar os braços.
“Vocês foram fantásticos. Nunca se esqueçam do quanto é importante a liberdade”, afirmou George Michael depois de dedicar ao pai a última música do primeiro espectáculo da digressão europeia.
A primeira parte do concerto foi garantida pela banda portuguesa Fingertips que actuou a um canto do palco e saiu prejudicada pelo pouco público ainda presente. "
Por Francisco Pedro, Leiria
in http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=242316&idCanal=185